Anvisa aprova por unanimidade uso emergencial das vacinas Coronavac e AstraZeneca

O Ministério da Saúde planeja começar a campanha nacional na quarta-feira (20), às 10h.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, por unanimidade, neste domingo (17), o uso emergencial da Coronavac e da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. A reunião da agência teve início às 10h10 e terminou às 15h20. O último voto a ser dado foi do presidente da agência, o médico e contra-almirante Antonio Barra Torres.

Ao encerrar a reunião, Torres disse que é preciso confiar na Anvisa e nas vacinas que forem certificadas pela agência. “Quando ela estiver ao seu alcance, vá e se vacine.”

Em seu relatório, que foi acompanhado por todos os diretores, a relatora e diretora da Anvisa Meiruze Freitas incluiu que a decisão, com relação a Coronavac, deve passar a valer após a publicação do termo de compromisso e “subsequente publicação de seu extrato” em Diário Oficial da União.

Com relação à vacina de Oxford, o voto da diretora vale apenas para o uso das 2 milhões de doses que o governo ainda tenta importar da Índia. A decisão valeria após a publicação de extrato ou “ciência oficial” via ofício.

Coronavac
Desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, a Coronavac será fabricada e distribuída no Brasil pelo Instituto Butantan. A Coronavac é o único imunizante contra a Covid-19 com estoque no Brasil. A ideia é que 6 milhões de doses sejam disponibilizadas ainda em janeiro. A eficácia da vacina para evitar a manifestação da doença é de 50,39%, segundo atestou neste domingo a Anvisa.

O imunizante tornou-se alvo de briga política entre Doria e o presidente Jair Bolsonaro. O mandatário forçou, em outubro, o Ministério da Saúde a cancelar uma promessa de compra da Coronavac. Bolsonaro disse ainda que não compraria a vacina para o plano nacional por sua “origem”. “Da China nós não compraremos É decisão minha. Não acredito que ela transmita segurança suficiente à população pela sua origem. Esse é o pensamento nosso”, disse ele em 21 de outubro à Rádio Jovem Pan.

A vacina, porém, foi comprada pelo governo federal em 8 de janeiro de 2021. Sem garantias sobre a data em que a Índia irá liberar a importação da vacina de Oxford/AstraZeneca, apenas a Coronavac tornou-se opção viável para começar imediatamente a vacinação no país.

O ministério, então, pede para o Butantan entregar imediatamente todas as 6 milhões de doses da Coronavac que estão prontas para uso. O governo de São Paulo respondeu que enviará esta carga, mas pede para que as doses que serão aplicadas na população paulista sigam no Estado. O impasse pode parar na Justiça, reconhecem autoridades dos dois lados da disputa.

Além das duas milhões de doses prontas, a Fiocruz deve receber ingrediente para fabricar cerca de 100,4 milhões de doses neste primeiro semestre, mas a entrega está atrasada. No segundo semestre, o laboratório brasileiro quer produzir 110 milhões de doses de ponta a ponta. A ideia é que estas doses sejam liberadas só em meados de fevereiro, mas o uso das doses fabricadas no país não foram objeto do pedido à Anvisa avaliado neste domingo (17). Ou seja, seria preciso nova avaliação da agência.

Sem a vacina de Oxford em mãos, a campanha de imunização deve começar com a Coronavac, vacina desenvolvida pela farmacêutica Sinovac e distribuída no Brasil pelo Instituto Butantan.

O Ministério da Saúde planeja começar a campanha nacional na quarta-feira (20), às 10h. Como revelou o jornal “O Estado de S. Paulo”, o Palácio do Planalto pode receber uma cerimônia, na terça-feira (19), para marcar o começo da campanha. Não está descartado aplicar a primeira dose durante este evento, mas a pressão pela crise em Manaus (AM) pode levar o governo a desistir da cerimônia em Brasília.

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Fonte: https://tribunademinas.com.br/noticias/brasil-e-mundo/17-01-2021/anvisa-aprova-por-unanimidade-uso-emergencial-das-vacinas-coronavac-e-astrazeneca.html

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